Sobre a Sala Verde

Atualizada em 26/12/24 15:31

 

A Sala Verde é um espaço dedicado ao desenvolvimento de atividades práticas de caráter educacional, voltadas à temática da conservação e uso sustentável do meio ambiente e dos recursos naturais. Trata-se de um local definido, vinculado a uma instituição pública ou privada, que funcione como um espaço de desenvolvimento de atividades de Educação e Cidadania Ambiental não formal de abrangência local e/ou regional, que envolva os diversos segmentos da sociedade, tais como: crianças, jovens, adultos, estudantes, professores, comunitários, empresas e poder público (MMA, 2024).

O Projeto Salas Verdes é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), coordenado atualmente pelo Departamento de Educação Ambiental e Cidadania da Secretaria Executiva, que tem como principal finalidade incentivar a implantação de espaços educadores para atuarem como potenciais centros de informação e formação ambiental, em consonância com as diretrizes prioritárias do Ministério do Meio Ambiente -MMA e os princípios da Política Nacional da Educação Ambiental – PNEA (MMA, 2024).

Historicamente, o projeto foi concebido com foco no caráter de "biblioteca verde" que estes espaços poderiam assumir, com estímulo à constituição de acervos de conteúdos socioambientais diversos. Com a evolução do projeto, esses espaços denominados Salas Verdes, além de disponibilizar informações socioambientais, passaram a desenvolver diversas atividades de Educação Ambiental, tais como: cursos, palestras, oficinas, eventos, encontros, reuniões e campanhas educacionais (MMA, 2024).

Conheça mais sobre a história e sobre o Projeto Salas Verdes, clique na imagem a seguir

Logo Sala Verde MMA

 

A SALA VERDE NA UFG

Na UFG havia o NETESB - Núcleo de Estudos em Tecnologias para a Socialização do conhecimento em Biologia, fundado em 2005, nas dependências do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), com a finalidade de atender ao estatuto e regimento da UFG no qual fica estabelecido a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, promovendo, assim, a intensificação da interação da universidade com a sociedade, por meio de um projeto educativo, cultural e científico. Junto ao NETESB encontrava-se a Sala Verde "Espaço Samambaia", ambos coordenados pela profa. Dra. Simone Maria Teixeira Sabóia-Morais. Ou seja, a profa. Simone Sabóia-Morais é a precursora dentro do ICB na proposição de uma sala verde. Fruto dessa iniciativa da Sala Verde é a produção do trabalho: Metodologias educacionais diversificadas como proposta de socialização da educação ambiental e ensino da biologia da flora do cerrado

Atualmente, as atividades desenvolvidas nesse espaço consideram a história do NETESB e da Sala Verde "Espaço Samambaia" como inspiração para o desenvolvimento das iniciativas da LEPEEA e da Sala Verde "Educar no e para o Antropoceno". Ambos são coordenados pelo prof. Dr. Michel Mendes e pela profa. Dra. Simone Maria Teixeira Sabóia-Morais.

 

Sala Verde "Educar no e para o Antropoceno"

O espaço está localizado na sala 120, no Instituto de Ciências Biológicas IV (ICB IV), piso inferior, juntamente com o Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação Ambiental (LEPEEA). Aprovada pelo MMA no final de 2022, a Sala Verde teve o início de suas atividades oficialmente em 22 de abril de 2023, e é representada pela logo a seguir:

A proposta formativa da Sala Verde "Educar no e para o Antropoceno" compreende o diálogo, a convivência legítima, a cooperação e a mobilização social como princípios educativos fundamentais (Freire, 1996; Maturana; 2002). Os referenciais que guiarão as ações estão pautados na abordagem crítico-emancipadora de Paulo Freire (1996), na complexidade de Edgar Morin (2005) e na Biologia-Cultural de Maturana e Dávila (2009). A defesa teórica se justifica pela necessidade de formação crítica, política e complexa das relações existentes no atual cenário socioambiental, o Antropoceno (proposta de Época Geológica), em que a humanidade se tornou uma força geológica que têm transformado o funcionamento do Sistema Terra (Crutzen; Stoermer, 2000), comportando-se, assim, primeiramente, como um fenômeno social (Mendes, 2019) e, posteriormente, como fenômeno geológico.

A educação ambiental é o eixo educativo, reflexivo e propositivo para o debate e para as ações sobre as agendas de atuação escolhidas: resíduos sólidos; clima; conservação da biodiversidade; e prevenção e controle do desmatamento ilegal, dos incêndios florestais e das queimadas; os quais se relacionam com os nove limites planetários propostos por Rockström et al (2009), além dos diálogos com a PNEA e o ProNEA, e de suas relevâncias para a região de implementação, Goiânia, Centro Oeste.

São objetivos da Sala Verde:

Geral

Fomentar estudos, debates e ações no campo da educação ambiental formal e não formal, considerando os eixos de atuação do projeto, a fim de constituir espaço de referência para formação e multiplicação de educadores ambientais e sujeitos ecológicos, a partir de referenciais críticos e complexos.

Específicos

- Contribuir para a compreensão dos fundamentos da educação ambiental em espaços formais e não formais, reconhecendo seus aspectos sócio-históricos, ambientais, epistemológicos e normativos (PNEA, ProNEA, PNB e PNMA).

- Elaborar recursos educativos que explorem os eixos de atuação do projeto, de modo a auxiliar nas ações em diferentes ecossistemas culturais.

- Promover o intercâmbio das ações de educação ambiental do projeto com as propostas curriculares de extensão dos cursos de graduação da UFG, em especial das licenciaturas.

- Fortalecer os estudos, as pesquisas e as ações da Sala Verde com o Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental, Antropoceno e Perspectivas Críticas e Complexas (GPEAPC) e com a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) de Goiânia, de modo a co-fortalecer essas instâncias e co-inspirar práticas colaborativas que promovam a cidadania e transformação social, além da promoção de investigações em nível de graduação, mestrado e doutorado.

 

Referências

BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, 1999.

BRASIL. Programa Nacional de Educação Ambiental - ProNEA. Brasília: MMA e MEC, 2005.

CRUTZEN, Paul J.; STOERMER, Eugene F. The "Anthropocene". Global Change Newsletter, Sweden, n. 41, p.17-18, maio. 2000. The International Geosphere–Biosphere Programme (IGBP).

MATURANA, Humberto. Emoção e Linguagem na Educação e na Política. 3º reimp. Belo Horizonte: UFMG. 2002.

MATURANA, Humberto; DÁVILA, Ximena. Habitar humano em seis ensaios de biologia-cultural. São Paulo, Palas Athena, 2009.

MENDES, Michel. A condição humana no Antropoceno: princípios educativos para horizontes legítimos de convivência. 2019. 111 f. Tese Programa de Pós-graduação em Educação, Área do Conhecimento de Humanidades. Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, 2019. 

MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2005.

ROCKSTRÖM, Johan et al. A safe operating space for humanity. Nature, 461, p. 472-475, 2009.